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Quando sentir se torna um transtorno…

Tristeza após a morte de uma pessoa querida; oscilação da memória com o avanço da idade; birras infantis…

Todos esses comportamentos não são recorrentes, reações típicas a um acontecimento ou coerentes com determinada época da vida?

Não, segundo a quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. (DSM5)

Ao estabelecer novos critérios para o diagnóstico e ampliar o rol de transtornos mentais, o documento, referência internacional em psiquiatria, suscita a questão:

Estamos transformando problemas cotidianos em transtornos mentais?

Psiquiatras americanos acreditam que sim.

Para os médicos que hoje lideram o movimento de crítica ao manual e à medicalização excessiva, vivemos o “fenômeno do Hiperdiagnóstico“, em que dificuldades e reações comuns a diferentes fases da vida são tratadas com remédio.

Manual Polêmico

A polêmica tem razão de ser: pelo novo documento, Tristeza virou Transtorno Depressivo Maior; Esquecimento típico da velhice agora é Transtorno Neurocognitivo Leve e Gula se transformou em Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica. 

Muito em breve, preveem os médicos que lideram esse movimento, a maior parte das pessoas terá Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade, diagnóstico problemático para psiquiatras, principalmente em crianças.

O psiquiatra Carlos Augusto Maranhão de Loyola explica que na Psiquiatria não existe o conceito de normalidade.

“Usamos o conceito de o que gera sofrimento a si e aos outros.

Protocolizar o que é normal não é o que a psiquiatria busca. O risco é passar a diagnosticar qualquer comportamento e, num segundo momento, medicalizar qualquer comportamento”.


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