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Desobstruindo a inteligência.

Despojar-se continuamente de seus preconceitos e enxergar a vida de outros ângulos…eis o segêdo.

Carlos Roberto Loreto

DESOBSTRUINDO A INTELIGÊNCIA

Colocar-se como aprendiz diante da vida profissional, social e intelectual é um verdadeiro exercício de inteligência.

Uma pessoa que possui essa característica é sempre criativa, lúcida e brilhante intelectualmente.

Está se despojando de maneira contínua dos seus preconceitos e enxergando a vida de diferentes ângulos.

Por outro lado, uma pessoa que se sente interiormente abastada está sempre tensa, entediada e envelhecida intelectualmente.

Faz bem à saúde do cérebro e à saúde psíquica colocar-se como aprendiz diante da existência.

Essa característica não tem relação com a idade. Há jovens que são velhos, por serem engessados e rígidos intelectualmente.

Há velhos que são jovens, por serem livres e sempre dispostos a aprender. Tal característica é mais importante do que a genialidade. É possível ser um gênio e ser apenas um mero baú de informações, sem nenhuma criatividade.

Se observarmos a história dos homens e mulheres que mais brilharam em suas inteligências, constataremos que a curiosidade, o desafio, a ousadia, a sede de aprender, a capacidade de se colocar como aprendiz diante dos acontecimentos da vida eram seus segredos. Muitos pensadores foram mais produtivos quando ainda eram imaturos, pois tinham preservadas essas características.

Nessa fase, embora tivessem os problemas ligados à imaturidade intelectual, estavam mais abertos para o aprendizado.

Todavia, quando conquistaram status, fama, prestígio social e abandonaram a postura de aprendizes, arruinaram-se intelectualmente.

Quem se contamina com o vírus da autossuficiência reduz a própria produção intelectual.

Quem se embriaga com o orgulho está condenado à infantilidade emocional e à pobreza intelectual, além de fazer da vida uma fonte de ansiedade.

O orgulho gera muitos filhos, entre os quais estão a dificuldade de reconhecimento de erros e necessidade compulsiva de estar sempre certo.

Aquele que recicla seu orgulho e se liberta do jugo de estar sempre certo transita pela vida com mais tranquilidade.

A pessoa que reconhece suas limitações é mais madura do que a que se senta no trono da verdade.

Um dos maiores problemas educacionais é levar um mestre a se posicionar continuamente como aluno e manter um aluno constantemente em sua condição de aprendiz.

Muitos profissionais liberais e executivos se tornam estéreis com o decorrer do tempo, pois se fecham dentro de si mesmos, engessam sua inteligência com as amarras da autossuficiência e da independência exageradas.

Muitos cientistas são produtivos quando estão no início de suas carreiras.

Entretanto, à medida que sobem na hierarquia acadêmica e supervalorizam seus títulos, têm grande dificuldade de produzir novas ideias.

Os jornalistas, os professores, os médicos, os psicólogos, enfim, toda e qualquer pessoa que não recicla a autossuficiência aprisiona o pensamento e aborta a criatividade.

É provável que muitos de nós estejamos intelectualmente estéreis e não tenhamos consciência disso por causa da dificuldade de nos interiorizar e repensar nossa história.


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