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Limpeza do cérebro.

Por que o ser humano precisa de sono?

Desde tempos mais antigos, onde dormir poderia ser sinônimo de estar suscetível a ataques de tribos inimigas ou predadores, o ser humano precisa descansar.

Depois de vários debates, os cientistas parecem estar perto de uma resposta. E, desta vez, uma resposta metabólica.

Segundo estudo publicado na revista Science e reforçado por experimentos feitos em animais, a grande razão de necessitarmos dormir é a limpeza do nosso cérebro.

E limpeza não apenas de ideias e pensamentos, mas de substâncias produzidas dentro de nós mesmos. Se pensarmos nosso corpo como uma fábrica, podemos entender que produzimos nele o que necessitamos, mas também resíduos indesejados.

Quando exercitamos nossos músculos, por exemplo, ganhamos massa muscular, mas também produzimos ácido lático, que precisa ser eliminado pelo organismo. 

O cérebro é como um músculo que trabalha enquanto estamos acordados. Mesmo que não se mova, ele usa cerca de 20% da energia de nosso corpo. E é à noite, quando não precisamos planejar atividades, monitorar nosso ambiente ou enviar mensagens a nossos músculos, que o cérebro pode se dedicar à limpeza.

 Entre os produtos eliminados estão os resíduos da proteína beta-amiloide, encontrada em concentrações elevadas no cérebro de pessoas com doença de Alzheimer.

A teoria que prevalece é que o cérebro está em constante limpeza. 
Mas a revista Science mostrou algo a mais: a existência de um sistema que ajuda neste processo.

Ele seria similar ao sistema linfático, que ajuda a limpar os resíduos do corpo, mas que não existe no cérebro.

Batizado de sistema glinfático, este novo sistema seria anatomicamente composto de espaços de líquido entre as células individuais do cérebro, ocupando cerca de 20% de seu volume total. 

A existência desde sistema de limpeza foi comprovada em pesquisa feita em ratos.

Por meio de uso de marcadores fluorescentes sofisticados, os pesquisadores viram que os espaços intercelulares do cérebro dos roedores se expandiram à noite. 

Esta expansão favoreceu o fluxo de líquido cefalorraquidiano entre os espaços, levando para fora os resíduos produzidos durante o dia. O mesmo experimento foi comprovado em estudos com cães e macacos, mas ainda não em seres humanos. 

A teoria do sistema glinfático existe há mais de um século, mas, por limitações tecnológicas, ainda não havia sido comprovada. 

Esta descoberta pode ajudar a entender melhor causas e possíveis curas para doenças neurológicas complexas.

A suspeita dos cientistas é que cérebros humanos que não eliminam os resíduos de forma adequada têm a cognição prejudicada e estão mais propensos a doenças degenerativas, como Parkinson e Alzheimer.

Mais uma vez, a ciência reforça a importância de um sono adequado. 
Tão importante quanto uma boa alimentação e a prática de exercícios físicos, uma boa noite de sono é fundamental para o bom funcionamento de nosso organismo.


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