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O que diz a ciência sobre o bocejo.

É muito comum no meio de uma aula de yoga ou durante uma técnica de relaxamento ver os alunos começarem uma série de bocejos.

Bocejar é um ato muito mais positivo do que você imagina e pode apenas ser um sinal de que você está em sintonia com a sensação de relaxamento proposta.

Você já reparou no efeito dessa ação involuntária e tão presente no seu dia a dia?

Uma vez iniciado um bocejo, é quase impossível interrompê-lo. A pessoa pode até tentar fechar a boca, mas os músculos acionados pelo reflexo continuam a sua contração.

E logo depois o que você sente? Alívio? Relaxamento? Atenção? Presença?

O tema parece ser muito simples e rotineiro, mas na verdade é desafiador para a ciência.

Sabe-se que quando uma pessoa boceja, ela abre bem a boca, permitindo a inalação de uma grande quantidade de ar.

O bocejo também provoca o aumento do ritmo do batimento cardíaco, elevando-o em até 30%. Mas porque isso acontece?

Pesquisas recentes afirmam que este mecanismo já ocorre em fetos de 11 semanas de vida. As respostas relacionadas ao bocejo ainda não são muito conhecidas pela ciência, acredite.

Até hoje, não se sabe exatamente o que provoca o bocejo. Existem diferentes teorias que tentam explicá-lo:

  1. Teoria da evolução: nossos ancestrais já realizavam uma espécie de bocejo para mostrar os dentes e este ato seria uma manifestação de confronto
  2. Teoria física: nós bocejamos para obter uma maior quantidade de oxigênio e eliminar o acúmulo de dióxido de carbono
  3. Tese do tédio ou da sonolência: o bocejo acontece em situações de tédio, fadiga ou cansaço. Ao aumentar a quantidade de oxigênio, o bocejo estimula a circulação sanguínea e o ritmo dos batimentos cardíacos, e diminui a temperatura corporal, o que colabora para aumentar o estado de atenção.

Portanto, bocejamos com frequência à noite, antes de dormir ou na aula de yoga porque são momentos que estamos mais relaxados. Certo?

A ciência também não tem esta certeza. Um estudo recente feito por austríacos e americanos revelou que a principal função do bocejo não é alertar que o corpo está cansado.

Segundo a pesquisa, bocejar “esfria” o cérebro. Ou seja, ele seria um ventilador cerebral: quando bocejamos, inspiramos ar mais frio e conseguimos resfriar o cérebro.

O sono e o cansaço entram na história, porque eles são os responsáveis pela elevação da temperatura cerebral.

Uma segunda pesquisa mostrou que colocar uma bolsa de água quente na cabeça acaba provocando mais bocejos.

Já quando se coloca uma bolsa de água fria o efeito é contrário, o que comprova a hipótese de que o ato de bocejar realmente está ligado à temperatura cerebral.

Outro aspecto interessante é que, quando vemos e ouvimos alguém bocejar, é impossível não bocejar junto.

Novamente, existem muitas teorias sobre o motivo de ser “contagioso”. Uma teoria bem aceita diz que a culpa seria dos neurônios-espelho.

Essas células gravam a forma como nos comportamos em determinadas situações e irão basear nossas ações futuras nos comportamentos passados.

Ao vermos alguém bocejando, os neurônios-espelho desencadeiam um ato-reflexo, que não controlamos. Mas há ainda outras teorias sobre o tema.

Cientistas londrinos dizem que o ato de bocejar associa-se à habilidade das pessoas demonstrarem empatia entre elas.

Quando buscar ajuda médica

Se você reparou que está bocejando mais do que deveria, marque uma consulta médica. Dessa forma, é possível descobrir o bocejo em excesso é somente uma noite mal dormida ou se está relacionado a problemas de saúde.

Da mesma maneira, se você sente muito cansaço durante o dia e sofre de qualquer distúrbio do sono, busque ajuda para investigar os sintomas.

É sempre importante manter uma rotina baseada em atividade física, boa alimentação e sono reparador.

*Patricia Thomaz é professora de yoga e meditação, jornalista e palestrante.


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