Síndrome do ovário Policístico
A Síndrome do Ovário Policístico, a SOP, é um distúrbio hormonal que atinge mulheres na fase reprodutiva.
Sendo uma das mais comuns desordens nesta longa etapa da vida, sua prevalência foi superior a 16% em estudos de algumas populações no mundo.
No Brasil, segundo dados do Hospital Albert Einstein, são mais de 2 milhões de casos por ano. Segundo levantamentos recentes, hoje 85% das causas de irregularidade menstrual das mulheres jovens é provocada pela SOP.
As causas da síndrome ainda são uma incógnita e vários fatores podem estar envolvidos na sua origem. A relação com os desvios do metabolismo lipídico, realizado a partir da gordura, e glicídico, dos carboidratos, são alvo de muitos estudos porque a SOP hoje é vista como uma síndrome metabólica, com todas as suas implicações.
As principais características clínicas da SOP são a presença de hiperandrogenismo, que é o excesso de hormônios masculinos, entre eles a testosterona.
Este e outros fatores associam-se a falta de ovulação, conhecida como anovulação.
Sintomas, diagnóstico e tratamento
Assim como as causas ainda são investigadas, também não há um consenso quanto ao que determina a SOP.
Há pesquisas que relacionam sua origem a uma deficiência em um receptor genético, o mesmo relacionado ao diabetes familiar ou tipo 2.
A SOP tem características muito sugestivas, como alteração de padrão de ciclo menstrual associado à menor percentual e qualidade de ovulação.
A este padrão somam-se sintomas e sinais clínicos importantes como atraso ou períodos sem menstruar, cólica, pele e cabelos oleosos, acumulo de gordura na região mais central do abdome, acne e manchas especificas na pele mais pronunciadas em axilas, virilha e vulva.
Nem todos os sintomas necessariamente se fazem presentes e a síndrome não é considerada como infertilidade primária.
Seu conjunto de características são potencialmente reversíveis com tratamento e mudança de hábitos de vida, diferentemente de uma sequela definitiva, como por exemplo, lesões, obstrução e aderências potencialmente geradas por um caso de endometriose avançada.
Na atualidade, 50% a 80% das mulheres com SOP voltam a ovular com o tratamento para a SOP e 40% a 50% engravidam.
O diagnóstico é por exame físico para detectar as alterações no corpo, exames laboratoriais e de imagem, entre eles o ultrassom pélvico.
A síndrome é definida quando ao menos duas destas alterações são diagnosticadas:
- aumento da produção de hormônios masculinos,
- menstruação irregular,
- ovário multicísticos que, em casos específicos fazem com que eles aumentem de volume.
Hoje existem recursos clínicos e cirúrgicos importantes em seu tratamento, entre os clínicos utiliza-se pílulas anticoncepcionais para regularizar a menstruação e bloquear a hipersecreção dos ovários, e também um remédio conhecido como metformina, usado para o diabetes (o que mostra uma relação na origem de ambas) e que possuem uma ação mais específica em receptores.
Controle rigoroso do colesterol elevado, controle do peso e prática de atividade física também são fundamentais, todas essas medidas visam evitar, controlar e tratar a SOP, em casos extremamente resistentes a estes, há indicação cirúrgica
AS MAIS COMUNS
A SOP É uma das cinco síndromes ginecológicas que mais afetam as mulheres.
Segue as outras quatro em ordem decrescente de incidência
1. Vulvovaginites: Alteração inflamatória ou infecciosa da vulva, vagina e colo do útero.
O que causa:
Queda de imunidade sistêmica e genital somados a proliferação de germes.
Sintomas: Desde intensa coceira e ardência vaginal e ao urinar até odor desagradável.
Diagnóstico: História da paciente e exame clínico.
Como tratar: Com antibióticos e substâncias que estimulem e mantenham o equilíbrio imunológico, além de mudanças nos hábitos alimentares, apoio psicológico e redução do stress.
2. Endometriose: O tecido que reveste o interior útero e que descama no período menstrual, chamado endométrio, implanta-se fora do órgão, no interior da cavidade abdominal, provocando cólicas progressivas no período menstrual, dores na relação sexual e mudanças do hábito intestinal no período menstrual. Pode gerar infertilidade.
O que causa: A teoria mais aceita é ao refluxo de sangramento de endométrio através as trompas para cabo da diagonal.
Diagnóstico: Exames de imagem e videolaparoscopia.
Como tratar: Parte significativa dos casos precisa de cirurgia especifica.
3. Miomas uterinos: Crescimento de tumores benignos no útero geralmente entre 30 a 50 anos.
O que causa: Áreas especificas das três camadas principais do útero começam a competir com o suprimento sanguíneo e hormonal de áreas ao redor.
Sintomas: Dor pélvica crônica e no ato sexual e aumento da menstruação
Diagnóstico: Clinico e por exames de imagem.
Como tratar: Medicamentos. Em alguns casos é preciso cirurgia.
4. Doenças inflamatórias pélvicas: Infecção dos órgãos reprodutores femininos. É a mais rara das cinco, mas não menos importante. Atinge 3% das mulheres, a maioria jovem e sexualmente ativa. Pode provocar infertilidade.
O que causa: Bactérias sexualmente transmissíveis se propagam da vagina para o útero, as tubas uterinas ou os ovários.
Sintomas: Os mais comuns incluem dor pélvica e febre. Pode haver secreção vaginal.
Diagnóstico: Clinico
Como tratar: Antibióticos, mas pode exigir cirurgia.