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A estação das flores.

A primavera chegou, e com ela, a mudança no clima, com mais calor e vento, e o desabrochar de lindas flores.

Que mal há nisso?

Apesar de linda, esta estação favorece o desenvolvimento de determinadas doenças, em especial as alergias.

A nível ocular, podem se desenvolver conjuntivites ao contato com o pólen, cursando com irritação nos olhos, prurido intenso e, eventualmente, lacrimejamento.

Da mesma forma, este contato pode desencadear crises de rinite alérgica, com sintomas respiratórios exacerbados, tais como coriza (secreção clara), obstrução nasal, prurido (coceira), espirros e tosse seca.

As alterações climáticas também são responsáveis por tais sintomas.

O mesmo serve para crises de asma, cujo mecanismo é o mesmo da rinite.

Para prevenção, é importante evitar deixar janelas abertas ou praticar atividades ao ar livre nos momentos do dia em que há maior polinização – clima quente, seco e com vento, usar ar condicionado com filtros especiais e que sejam trocados na frequência correta, evitar deixar a roupa secar no exterior, para não coletar pólen.

Em outros casos de alergias, manter os ambientes mais arejados; evitar contato com cheiros fortes, como cigarro, perfumes e produtos de limpeza; evitar animais de estimação dentro de casa e evitar poeira, limpando o chão com pano molhado e evitando bichos de pelúcia, cortinas e tapetes no quarto das crianças; bem como lavar as roupas guardadas por muito tempo antes do uso.

O soro fisiológico é um poderoso aliado dos alérgicos, podendo ser usado tanto no nariz quanto nos olhos, tanto para prevenção quanto para tratamento das crises.

Beba água em abundância, para alívio dos sintomas, e, embora existam tratamentos específicos para a rinite e a asma, não os faça sem o consentimento do seu médico, pois muitas medicações não podem ser utilizadas em crianças, ou até mesmo em adultos, podem trazer mais riscos do que benefícios, como os famigerados descongestionantes nasais.

Em se falando de pele, as alergias cursam com coceira e algumas lesões avermelhadas, geralmente agrupadas – os famosos “grosseirões”.

Estas também são decorrentes da polinização, e também da proliferação de insetos com o calor, e nem sempre podem ser evitadas, porém exigem atendimento imediato, porque, em casos mais graves, podem evoluir para inchaço em partes males, como olhos ou língua, e até parada respiratória, decorrente do “fechamento da garganta”.

Além disso, é importante relembrar que, muito similar a alergia a picada de insetos, é a varicela, ou catapora.

Esta doença começa a se manifestar com o aumento das temperaturas, apresentando quadro inicial de febre, dores no corpo e mal-estar geral, evoluindo com o aparecimento de pequenas pápulas (bolinhas), que, no decorrer do tempo, apresentam conteúdo líquido (bolhas), e em cerca de 1 a 2 dias, secam, formando crostas, que caem por conta própria. É mais comum em crianças, porém também pode acometer adultos que não tiveram contato prévio com a doença, nesses casos apresentando um quadro mais grave.

E, mesmo nas primeiras, podem haver complicações, desde a infecção bacteriana das crostas, necessitando de tratamento com antibiótico, até casos de pneumonia pelo vírus, ou até mesmo meningite ou encefalite, com necessidade de internamento hospitalar.

Sendo assim, não deixe de vacinar seus filhos a partir de 1 ano de idade, pois a transmissão da doença ocorre antes mesmo do aparecimento dos sintomas, até o secamento da última bolha – desde o início do quadro, de 1 a 2 semanas.

E evite a administração de medicamentos sem o consentimento de seu médico, pois o uso indiscriminado de AAS pode desenvolver outro quadro grave, denominado Síndrome de Reye.

Outra doenças comuns no período da primavera são a rubéola, geralmente branda e com quadro benigno, porém extremamente perigosa para gestantes no primeiro trimestre de gestação, porque pode desencadear a Síndrome da Rubéola Congênita, com graves alterações cardíacas, oculares e em Sistema Nervoso; a caxumba, patologia viral, também contagiosa, que cursa com inflamação das glândulas parótidas, localizadas a frente das orelhas, podendo complicar com inflamação nos testículos ou encefalite; e o sarampo, outra afecção causada por vírus e altamente contagiosa, que deixa a criança muito debilitada e apresenta alto risco de complicações, como pneumonias, muitas vezes fatais.

A boa notícia é que, com a implantação da vacina tríplice viral, o índice dessas doenças reduziu drasticamente, especialmente desta última.

Mais uma vez, insisto: vacine seu filho.

Vale lembrar que, embora mais comum no verão, a dengue também começa a se manifestar na primavera, devido as altas temperaturas, bem como a leptospirose, devido a maior incidência de chuvas no período.

Seguindo essas dicas simples, certamente, todos poderão desfrutar da nossa Estação das Flores adequadamente, e sem intercorrências.

Bom proveito!!

Dra Andréia Conte

CRM-PR 28965

Medicina de Família e Comunidade

Ambulatório Judicemed


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