Fumante passivo.
O que sofrem os fumantes passivos.
O tabagismo é hoje a principal causa de morte evitável, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ainda assim, cerca de um terço da população mundial adulta é fumante, ou seja, 1, 2 bilhão de pessoas.E seu vício afeta também as pessoas ao redor.
O ar poluído pela fumaça do cigarro tem três vezes mais nicotina, monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça tragada pelo fumante ativo.
Por conta desse veneno, os fumantes passivos ocupam o terceiro lugar na lista de mortes evitáveis da OMS, atrás do consumo excessivo de álcool.
As crianças são as maiores vítimas – porque sofrem com os efeitos do cigarro antes mesmo de nascer.
“De todos os fumantes passivos, 700 milhões são crianças. Isso corresponde à metade das crianças do mundo”, afirma Dr. Joaquim Rodrigues, pneumologista pediátrico e coordenador do Centro de Doenças Respiratórias da Pediatria do Einstein.
Fumar perto de crianças é prejudicial tanto para a saúde física delas quanto para a psicológica. Inconscientemente, os pais estão informando o filho que fumar é normal e adequado.
A chamada ‘pandemia tabágica’ é considerada uma doença pediátrica, já que o cigarro se torna um hábito ainda na adolescência. A principal faixa de risco está entre 15 e 18 anos, mas há casos de crianças de 10 ou 12 anos que já fumam.
Como crianças e adolescentes não têm os centros nervosos totalmente desenvolvidos: a defesa contra os componentes do cigarro é menor, o que os adultos e o fumo passivo é a maior causa das doenças respiratórias nas crianças.
Os bebês de mães fumantes nascem abaixo do peso normal, têm os brônquios menores e as vias aéreas estreitas, o que os torna predispostos a serem bebês chiadores, ou seja, com constante chiado no peito, respiração rápida e forçada.
Inconscientemente, os pais estão informando ao filho que fumar é normal e adequado.
Esses bebês também têm mais chances de desenvolver problemas respiratórios crônicos, como bronquiolite (infecção dos bronquíolos em crianças de até 1 ano), bronquite e asma.
E mais: também têm risco cinco vezes maior de morrerem subitamente sem causa aparente, a chamada Síndrome da Morte Súbita Infantil.
Outras doenças respiratórias estão entre as mais frequentes a atingirem os fumantes passivos, em especial as crianças:
São elas: bronquite catarral, pneumonia, broncopneumonia, intensificação de acessos de asma, amidalite, infecções do ouvido médio (otite) e sinusite.
O câncer de pulmão é a mais perigosa doença respiratória que acomete fumantes ativos e passivos. Estudos comprovam que os últimos têm 50% mais chances de desenvolver a doença que os não fumantes.
É importante lembrar que os efeitos do cigarro não afetam apenas o pulmão, mas todo o aparelho respiratório. Por isso, há risco de a pessoa desenvolver câncer em outros órgãos também.
Um dos vícios mais difíceis de ser combatido, o tabagismo continua fazendo vítimas diariamente em todo o mundo.
Mas qualquer pessoa pode parar de fumar, mesmo que já tenha tentado outras vezes, sem conseguir.
Pesquisas mostram que, a cada tentativa séria de se livrar do vício, o dependente fica mais próximo do sucesso, pois aprende com as dificuldades enfrentadas.
E abandonar o tabagismo vale a pena