Câncer de mama. Vamos falar sobre isso?
No mês de outubro, é realizada a campanha Outubro Rosa, lançada em 1990 e adotada pelo Ministério da Saúde em 2010, com o intuito de conscientizar a população quanto à prevenção ao Câncer de Mama.
Mas, afinal, por que nos mobilizamos tanto neste sentido?
Para quem ainda não sabe, o câncer de mama é o mais frequente entre as mulheres do mundo e o segundo no Brasil, especialmente nas regiões, Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, perdendo espaço apenas para o câncer de pele não-melanoma, o qual é geralmente benigno.
Estima-se que, em 2016, serão descobertos 57.960 novos casos da doença, uma vez que corresponde a 25% do total anual de neoplasias recém-descobertas.
Ele se caracteriza por uma multiplicação anormal das células da mama, que formam um tumor, podendo ser de diferentes tipos, alguns de desenvolvimento rápido, e outros, com evolução mais lenta.
O que determina o desenvolvimento do câncer de mama?
Existem vários fatores de risco, sendo a idade (acima de 50 anos) o principal.
Podemos dividir os demais da seguinte forma:
Fatores ambientais e comportamentais:
- Obesidade e sobrepeso após a menopausa;
- Sedentarismo (não fazer exercícios);
- Consumo de bebida alcoólica;
- Exposição frequente a radiações ionizantes (Raios-X). Fatores da história reprodutiva e hormonal
- Primeira menstruação antes de 12 anos;
- Não ter tido filhos;
- Primeira gravidez após os 30 anos;
- Não ter amamentado;
- Parar de menstruar (menopausa) após os 55 anos;
- Uso de contraceptivos hormonais (estrogênio-progesterona);
- Ter feito reposição hormonal pós-menopausa, principalmente por mais de cinco anos. Fatores genéticos e hereditários*
- História familiar de câncer de ovário;
- Casos de câncer de mama na família, principalmente antes dos 50 anos;
- História familiar de câncer de mama em homens;
- Alteração genética, especialmente nos genes BRCA1 e BRCA2.
*A mulher que possui um ou mais desses fatores genéticos/ hereditários é considerada com risco elevado para desenvolver câncer de mama.
Fonte: INCA
Vale lembrar que a presença de um ou mais desses fatores não determina, necessariamente, o desenvolvimento da doença. Além disso, as causas genéticas correspondem apenas a 5 a 10% dos casos descritos.
A TRH (Terapia de Reposição Hormonal), utilizada após a menopausa, especialmente quando composta de hormônios combinados (estrogênio e progesterona), pode aumentar o risco de câncer de mama.
É possível reduzir o risco de câncer?
Em torno de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção dos seguintes hábitos de vida:
- Atividade física regular
- Alimentação saudável
- Manutenção do peso corporal adequado
- Evitar uso de bebidas alcoólicas
- Amamentação
Quais os sinais de alerta da doença?
Atualmente, não há evidências de que o auto-exame das mamas reduza a incidência de câncer de mama, mas as mulheres devem, sempre que se sentirem confortáveis, avaliar suas mamas, a fim de descobrir alterações, tais como:
- Caroço (nódulo) fixo, endurecido e, geralmente, indolor;
- Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja;
- Alterações no bico do peito (mamilo);
- Pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço;
- Saída espontânea de líquido dos mamilos
Fonte: INCA
Quando detectada alguma delas, é indicado a procura pelo serviço de saúde para investigação, embora elas nem sempre signifiquem a presença de um tumor maligno.
Nestas situações, é realizada uma mamografia diagnóstica, independente da idade, com preferência pela ultrassonografia de mamas abaixo dos 50 anos de idade, porque a mama destas mulheres é mais densa.
Em mulheres assintomáticas, é recomendada uma mamografia de rastreamento a cada 2 anos, na faixa dos 50 aos 69 anos.
Quais os riscos e benefícios da mamografia de rastreamento?
Benefícios:
- Encontrar o câncer no início e permitir um tratamento menos agressivo.
- Menor chance de a paciente morrer por câncer de mama, em função do tratamento precoce.
Riscos:
- Suspeita de câncer de mama. Isso requer outros exames, sem que se confirme a doença. Esse alarme falso (resultado falso positivo) gera ansiedade e estresse.
- Câncer existente, mas resultado normal (resultado falso negativo). Esse erro gera falsa segurança à mulher.
- Exposição aos Raios X. Raramente causa câncer, mas há um discreto aumento do risco quanto mais frequente é a exposição.
Fonte: INCA
Agora é com vocês, mulheres: vamos nos prevenir do câncer de mama?
Dra Andréia Conte
CRM-PR 28965
Médica de Família
Ambulatório Judicemed