Doenças respiratórias – quais são seus gatilhos?
Doenças respiratórias são aquelas que atingem o trato respiratório e seus órgãos e podem ser separadas em agudas e crônicas. As primeiras constituem um grupo de doenças frequentes com maior incidência em crianças e adultos com idade maior ou igual a 60 anos, englobando enfermidades como resfriado, gripe e pneumonia. Já as doenças respiratórias crônicas (DRC), como a asma, a rinite alérgica e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), atingem vias aéreas superiores e inferiores.As crises são comumente desencadeadas pelo tabagismo, poluição ambiental, alérgenos e agentes ocupacionais e representam um dos maiores problemas de saúde em todo o mundo.
Estima-se que a asma atinja 300 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, cerca de 20 milhões sofrem da doença, sendo que 60% a 78% apresentam também rinite alérgica, conhecida como fator de risco para o desenvolvimento de 20% a 38% dos casos.
Só em 2011, a asma foi responsável pela internação de 160 mil asmáticos, colocando a doença como a quarta causa de hospitalizações no país.
Embora o número ainda seja alto, houve queda de 49% no número de internações em dez anos, devido à melhor compreensão da doença por parte dos portadores e ao aumento da distribuição de medicamentos para pacientes de asma grave.
Entenda os sintomas da asma:
Os principais sintomas da asma são falta de ar, tosse, chiado e sensação de aperto no peito, causados pela inflamação das vias respiratórias, que pode ser agravada por diferentes fatores, como alergias, vírus, poeira, fumaça, exercício físico, mudança de temperatura e até mesmo estresse.
Quando a asma está sob controle as vias respiratórias ficam limpas e o ar circula normalmente. Por outro lado, durante uma crise, as vias incham e os músculos ao seu redor ficam mais contraídos, o que deixa a passagem mais estreita, limitando o fluxo de ar. Em uma crise, a produção de muco também é mais um fator que ajuda a bloquear as vias respiratórias, causando os sintomas.
Como descobrir se tenho asma?
Para o diagnóstico de asma, é necessário consultar um médico, que irá realizar exames específicos para testar o funcionamento do sistema respiratório. Além dos testes, será analisado também o histórico do paciente, para avaliar quais sintomas são apresentados e com qual frequência e intensidade.
O exame mais comum para diagnóstico de asma é a função pulmonar ou espirometria, que é bastante simples, e pode ser realizado no próprio consultório médico. O paciente precisa soprar de forma forte e prolongada no aparelho, para que seja feita a medição dos fluxos e dos volumes de ar para dentro e fora dos pulmões.
Em crianças de até os cinco anos de idade, o diagnóstico deve ser baseado principalmente em aspectos clínicos. Mas é preciso que seja feita uma avaliação cuidadosa dos sintomas, da sua evolução, dos antecedentes pessoais, da história familiar e dos achados físicos, já que aproximadamente 50% das crianças apresentam pelo menos um episódio de sibilância nos primeiros anos de vida, mas a maioria não desenvolve asma.
Rotular precipitadamente como asmática uma criança com um ou dois episódios de sibilância pode fazer com que ela seja medicada desnecessariamente.
O portador de asma precisa adotar medidas educacionais para evitar exposição à alérgenos e outros desencadeantes específicos de crises, além de fazer fisioterapia respiratória e terapia medicamentosa com a intenção de minimizar os sintomas que limitam as atividades diárias.
A base do tratamento medicamentoso para asma persistente, consiste na utilização de anti-inflamatórios inalatórios, que servem como controladores da doença. Eles devem ser de uso contínuo e por períodos variáveis.
Caso seja necessário, podem ser associados às chamadas drogas de resgate, medicamentos que têm efeito bronco dilatador. Fármacos desse tipo têm ação rápida, servindo para dar alívio imediato e controlar rapidamente os sintomas. Entretanto, se você notar que está sendo necessário recorrer aos fármacos de resgate mais de duas vezes por semana, avise seu médico, pois sua asma pode não estar sob controle.