É de pequeno que se aprende
Já faz bastante tempo que, para compensar o pouco tempo que têm para seus filhos, muitos pais passaram a trocar abraços e beijos por doces, refrigerantes, lanches…
E o que era para ser um gesto de amor, acaba por gerar um ciclo vicioso que se mantém durante a infância, a adolescência e a fase adulta da vida.
A criança que cresce nesse ciclo, passa a relacionar afeto a barras de chocolate, abraço apertado a copos de refrigerante, beijo carinhoso a sacos de salgadinhos… e sempre que se sentir carente, irá atacar a geladeira, a despensa ou alguma loja de conveniências.
Comida e afetividade andam juntas, mas a primeira não pode ser usada para substituir a segunda.
A criança cuja afetividade é suprida com alimentos cresce carente e desconectada de seus sentimentos.
Fisicamente, ela começa a engordar, podendo desenvolver obesidade, com todos os graves problemas físicos associados a esse quadro, que, por sua vez, provoca reações sociais, que passam a constituir outro grave problema na vida da criança, este, de natureza emocional.
Com o passar dos anos, a criança começa a ficar “gordinha”. Suas formas vão se avolumando, os apelidos começam a fazer parte da sua vida e, sentindo-se excluída de seu meio social, ela se refugia em doces e se afunda em calorias diante da TV que a hipnotiza e a faz viajar sem sair do lugar.
Ao primeiro sinal de que algo dessa natureza está ocorrendo, os pais devem mudar imediatamente sua conduta e começar um programa para recuperar a auto-estima da criança e eliminar todos os excessos, principalmente o de peso.
É crucial adotar um programa de reeducação alimentar.
Pesquisas recentes revelam que cerca de 15% das crianças brasileiras são obesas e outras 40% estão acima do peso.
Outros números mostram que aqueles que chegam obesos à adolescência têm 60% a 80% de chances de se tornarem adultos obesos.
Além disso, assim como os adultos, crianças obesas também estão sujeitas a desenvolver diabetes, colesterol alto, hipertensão e outras doenças associadas ao excesso de peso.
A hora é essa! Aproveite para mudar os hábitos de toda a família. Adote uma alimentação saudável e equilibrada.
Um cardápio variado e nutritivo irá contribuir para que os pequenos entrem em contato com diferentes sabores e enriqueçam seu apetite.
Não pode faltar na mesa proteínas, carboidratos, fibras e vitaminas.
Informe-se a respeito do valor nutricional dos alimentos e com a ajuda de um nutricionista, elabore um cardápio que atenda às necessidades dos adultos e das crianças da casa (lembre-se que as necessidades de adultos e de crianças são diferentes).
Estimule o hábito de tomar água. Muita água! Água é vital para o organismo e deve ser ingerida com frequência durante o dia.
Aproveite o embalo para incluir alguma atividade física na rotina semanal da criança e da família. O ser humano foi programado para o movimento.
Não esqueça: pequenas mudanças, quando feitas repetidas vezes, tornam-se novos hábitos. Em pouco tempo, trocar as gordurosas batatas fritas por suculentas cenouras deixará de ser um sacrifício.
Pode apostar que sim!