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Um ingrediente muito simples e versátil pode transformar as sua refeições.

Já falei bastante sobre os motivos pelos quais devemos priorizar a comida de verdade, de preferência a feita em casa.

A partir de agora, vou falar sobre os alimentos que são aliados da nossa saúde e da nossa rotina corrida e sobre como podemos prepará-los.

O primeiro deles é também o mais popular, embora, às vezes, injustiçado: o ovo.

Se você é brasileiro, eu duvido que não se depare com o ovo em alguma refeição durante a semana.

Pode ser mexido no café da manhã, frito no almoço ou em forma de uma prática omelete para o jantar.

Sem falar na sua presença em grande parte das preparações, como pães, bolos e massas em geral.

A única exceção são os veganos, que o excluem totalmente da dieta.

O que eu não sei é se você o consome sem culpa.

Espero que sim.

Ex-vilão

Nas décadas de 1950 e 1960, o ovo foi injustiçado e ganhou uma fama de vilão. Dizia-se muito que ele era responsável por aumentar o colesterol e que este aumento era prejudicial à saúde.

O boato se espalhou e, de acordo com o IBGE, entre as décadas de 1970 e 2000 o consumo de ovo teve uma queda de 84 por cento por aqui.

Felizmente, nos últimos anos, a ciência se debruçou sobre esta fonte proteica e descobriu que estes efeitos nocivos não tinham nenhuma comprovação, pelo contrário, ele é um grande aliado do nosso organismo.

Primeiramente, é preciso acabar com esta ideia de que o ovo aumenta o colesterol.

Setenta por cento do colesterol é produzido pelo nosso organismo e apenas 30 por cento vêm de fontes externas, como carnes e leite de vaca.

O ovo realmente possui colesterol na sua composição, mas ainda que ele interfira no aumento dessa substância, trata-se do HDL, conhecido como “colesterol bom”.

Até o LDL, que é chamado de “mau colesterol” tem a sua importância para o nosso organismo.

O problema é quando ele aparece em alta quantidade, enquanto o HDL está mais baixo do que deveria.

O colesterol é determinante para inúmeras funções, é a principal matéria-prima para a formação de hormônios femininos e masculinos, para a formação da vitamina D e da bílis, presente no fígado. Também compõe as membranas de todas as nossas células e ainda auxilia os nossos processos de defesa.

É claro que precisamos ficar atentos à forma como o ovo é preparado.
Não vale deixá-lo submerso no óleo de soja ou na manteiga.

Acrescentar queijos ou creme de leite à omelete também não é recomendado, pois, assim, o seu consumo estará ligado a substâncias alergênicas ou gordurosas.

Na hora de fritá-lo, por exemplo, basta um fio de azeite de oliva.

O rei da Proteína

A proteína presente nos ovos é a mais completa de todas.

Ele também é rico em nutrientes e é um alimento versátil e barato, que combina muito bem com um momento de crise e contenção de gastos. 

Na hora de fazer as compras, é bom ter em mente as vantagens do ovo caipira sobre o de granja.

O único ponto positivo dos de granja é o preço.

De fato, eles são mais baratos, mas isso acontece porque são produzidos em grande escala, mas com poucos nutrientes.

Os ovos caipira são muito mais nutritivos. Suas gemas têm uma coloração muito mais acentuada do que a dos de granja.

Essa tonalidade vem da alta concentração de carotenoides, como a luteína e a zeaxantina, substâncias protetoras do coração e do cérebro, que têm funções antioxidantes e que preservam até a longevidade e a qualidade da nossa visão.

É importante lembrar que a clara tem um alto potencial alergênico e, por isso, não é recomendada no primeiro ano de vida dos bebês. Mesmo depois deste período, é bom ficar atento.

Algumas pessoas têm tendência a reagir à clara. Normalmente, os sintomas são problemas pulmonares e dermatológicos ao mesmo tempo, como bronquite e dermatite.

Se você apresenta este quadro é bom procurar um especialista e, caso a alergia seja comprovada, há como substituir o ovo nas preparações.

Na culinária vegana, há muitas opções que vão desde o gel formado pela linhaça, quando deixada de molho, até a água do cozimento do grão de bico.

Para todos os demais, vale apostar no ovo, trazê-lo de volta para a rotina alimentar e aproveitar toda a sua versatilidade.


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