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O que vem a ser o leite Longa Vida?

A nutricionista Fernanda Furlan esclareceu sobre os riscos de tomar o leite Longa Vida. São ponderações importantes para se pensar.

Há alguns anos, quando nossas avós compravam leite, ele ficava dentro da geladeira por só uns 2 ou 3 dias. Agora, o leite vem embalado em caixas, duram dias (meses e anos!) e receberam o “carinhoso” nome de longa vida

Iogurtes, leite condensado, coalhadas e os famosos queijos nada mais são, formas de conservar o leite. Mas por que o ser humano teve essa necessidade de inventar formas de conservar o leite?

A resposta é simples: ele estraga com facilidade por conta de sua riqueza nutricional.

O leite é rico em gorduras, carboidratos, proteínas e vitaminas.

Somando essas propriedades com a elevada porção de água em sua composição, o resultado é um ambiente fértil para o desenvolvimento de micro-organismos.

“Quando consumido cru, após a ordenha, o leite pode estar contaminado por uma grande quantidade de micro-organismos. Por isso, o comércio de leite cru foi proibido”, esclarece a nutricionista.

De olho no rótulo

Neste processo de “domesticar” o leite, a indústria produtora passou a incluir muitas substâncias dentro da caixinha.

Para comprovar isso, basta dar uma olhada nas embalagens de leite. Muitas delas apresentam rótulos extremamente povoados por nomes que nem sabemos o significado.

Pois é…Ficar de olho e atento ao processo pelo qual essa bebida foi submetida para poder durar mais tempo é taxativo. Porque você detecta que pode estar consumindo muito mais do que leite.

História

O cientista francês Louis Pasteur (1822-1895) estudava a ação dos vários tipos de fungos e bactérias nos processos fermentativos. E foi Pasteur que inventou um método para impedir que o leite causasse doenças. E então, surgiu a pasteurização. Neste processo, o leite é aquecido até a temperatura de 75°C por 15 segundos, o que é suficiente para matar a maioria das bactérias que podem causar doenças ou deteriorar o leite.

“A pasteurização não elimina todas as formas de bactérias presentes.

Isso significa que, conforme o tempo passa, as sobreviventes vão se reproduzir e, em pouco tempo, deterioram o leite. O prazo de validade do leite pasteurizado ainda fechado e refrigerado é de 3 a 5 dias, a partir da data de fabricação.

Após aberto, deve ser consumido rapidamente, entre 1 e 3 dias, se mantido na geladeira, numa temperatura de até 7°C”, explica a nutricionista.

Existe um outro processo, chamado de UHT ou UAT (Ultra Alta Temperatura), que é uma ultrapasteurizarão. O resultado dá origem ao leite longa vida.

Este leite é, posteriormente, acondicionado em uma embalagem com diversas camadas com a finalidade de proteger o leite do ambiente externo.

Neste método, o leite é aquecido rapidamente a temperaturas muito altas (entre 130 a 150 °C, por 2 a 4 segundos) e, por isso, todos os micro-organismos são eliminados. “Isso permite a armazenagem do produto sem refrigeração por aproximadamente 4 meses a partir da data de fabricação, antes de ser aberto. Após aberto, pode ser consumido em até 3 dias, armazenando-o sempre na geladeira”.

Muita gente não sabe, mas o leite em pó é a forma mais antiga de conservação. Para se chegar no resultado, é preciso pasteurizar o leite e, depois, desidratá-lo.

Por conta do contato com o ambiente externo e a possível contaminação, depois de aberto, o leite em pó tem validade de 30 dias. Porém, quando ele está enlatado, pode ficar disponível na prateleira do supermercado por até 18 meses.

A escolha é sua…

Estes métodos, no entanto, afetam a quantidade de vitaminas existentes no leite, isto é fato. Porém, o maior problema está para quem vê neste alimento sua única opção de fonte de cálcio.

Porque o leite ganhou boa fama internacional por ser fonte de cálcio.

A ironia disso tudo é que para esta substância ser bem absorvida, o leite deveria ser consumido cru, cuja venda é proibida.

“Além disso, o leite também tem traços de hormônios, que são administrados para vaca com o intuito de aumentar a produtividade. E eles também são ingeridos”.

Por estes motivos, os médicos afirmam de maneira bastante firme que o leite não faz parte dos alimentos essenciais para os seres humanos.

Na realidade, ele só se faz fundamental para os bebês, que se alimentam do leite materno. Ou seja, você não precisa beber leite, quando adulto. Mas, se você gosta, desde que não seja alérgico ou intolerante, pode tomar. “É uma escolha gastronômica e não de saúde”.

Escolha gastronômica

Se você toma leite porque gosta, a sugestão é que você experimente outros tipos de leite, como o de amêndoas e de coco.

Mas existem pessoas que PRECISAM evitar o consumo de leite de vaca.

Talvez este seja o seu caso.

Ser ou não ser

Você já ouviu falar ou conhece alguém que é intolerante ou alérgico ao leite. Então, vamos entender o que são essas doenças.

  • Intolerância à lactose

Quando uma pessoa apresenta intolerância ao leite, na verdade, ela é intolerante à lactose. “É uma inabilidade para digerir porções significativas do açúcar do leite (lactose), resultante da quantidade insuficiente da enzima, a lactase, no interior das vilosidades do intestino, onde lactose é ingerida”.

E o que acontece quando a lactose não é digerida? Ela é fermentada pelas bactérias, resultando em ácido lático, gás carbônico e hidrogênio. Então, a pressão dentro do intestino grosso aumenta, causando dores abdominais, diarreia ácida e gases.

A produção da enzima lactase diminui progressivamente a partir dos 5 anos de idade e isso varia de acordo com as etnias. “Existem populações que digerem muito bem a lactose, como os indianos, por exemplo, e outras altamente intolerantes, como os chineses. Estima-se que 25% dos brasileiros em idade adulta sejam intolerantes à lactose.

  • Alergia ao leite

Já os alérgicos não são protegidos nem mesmo pelas versões “sem lactose”.

O sistema imunológico dos alérgicos ao leite reage às proteínas do alimento, como a caseína, a betalactoglobulina e a alfalactoalbumina.

O aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida de um bebê reduz a incidência de alergia ao leite de vaca.

Em resposta à presença dessas substâncias, o organismo libera outras, que vão causar os sintomas alérgicos.

Entre eles estão: urticárias, eczemas, tosses, rinites, sinusites, diarreia, dores abdominais e gases.

Dependendo do grau de sensibilidade do indivíduo, a ingestão de leite e derivados pode até causar um choque anafilático. Por isso, quem é alérgico ao leite, precisa banir da sua dieta os produtos lácteos.

Diante de tudo isso, é urgente conhecer outras fontes de cálcio que vão além do leite.

Até mais!


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